31 maio 2007

Palavras Perdidas

A vida é um momento… ou uma junção deles. São sofrimentos partilhados, sorrisos trocados, olhares cruzados.
Passam-me mil ideias pela cabeça de como aproveitar esses momentos, para que cada um deles tenha um significado positivo, para que não me perca em direcção a nada tentando ter tudo.
Perco-me na música que ouço, no som que me embala. Perco-me, afogo-me nas lágrimas, deixo esvair-se a raiva que está dentro do meu coração. Choro por esses momentos que passei não serem suficientemente fortes ao ponto de me fazerem sorrir, por só me lembrar dos momentos tristes, que em mulher fria me tornaram.
Dói-me!
Dói-me!
Sentir que me tornei em algo que detesto, em algo que não sei explicar, mas é feio, algo que não brilha, que não sorri, como uma outra realidade de mim mesma, partilhada apenas por memórias sombrias e vejo-me nesses momentos em busca não da luz, mas sim da escuridão, como se não sentisse caminho aberto para outro lado.
Sinto que se fechou a porta, mas que não se abriu a janela!
Muito pelo contrario!
Encerrei-o dentro de mim! Ele! A ele! Ao meu coração! Que não bate!
Perde-se o bater, deixa de se ouvir.
Gela!
E há quem o queira ouvir, mas ele já não tem forças, ele embala-se ao som da melodia que oiço e perde-se novamente.
Perdi-me no vazio que em mim deixas te! Quero de lá sair, mas cada vez que tento pensar ainda me afundo mais.
Não consigo ser racional! Não consigo esquecer!
Dói-me tanto!
E esse doer, faz-me raiva, porque sei que não mereces nenhuma lágrima minha, pelas feridas que abriste em mim.
Tenho raiva, por saber que te amei, que me entreguei, e tu desperdiças-te, gozas-te. Atormentas-te o meu amor! Sei que há momentos que me levam a sonhar, a tentar descobrir o que sei existir de felicidade.
Mas não consigo!
Os amigos tentam puxar-me e eu insisto em empurrar-me, em deixar-me morrer, como morreu o meu coração ao dar-to a ti, que não cuidas-te dele. Não há dor, nem sofrimento que não me tenhas feito passar. Quero esquecer-te mas levas-me a pensar em tudo e em todos. Criaste medo em mim, medo dos outros, medo de ser magoada, medo de tudo! Perco-me no pensamento, nas ideias, nos pesadelos, nos abismos da minha memória, perco-me em tudo e em nada! Vivo cada momento e repenso no que foi um dia o meu coração. Procuro solução para o insolucionável!
Procuro remendar os retalhos, os fragmentos mas deixo me levar pela perda de tudo e nada consigo