Quando a Noite Dorme

Quando a noite dorme e o mundo se reveste de sombras, há quem acorde e se revista de cor.
Errantes passos ecoam nas ruas vazias, que dormem à sombra dos candeeiros, mostrando apenas o que a escuridão deixa vislumbrar, escondem segredos, murmúrios, enredos, que as leves brisas nos querem contar.
Por becos e vielas, procuram abrigo, para fugirem do que não querem ao certo relembrar. Dançam com o cheiro, embalam-se com a brisa, mas o tempo teima em não passar.
As ruas dormem, sonham e fazem sonhar, esquecem e lembram tudo o que lhes quiserem contar.
Quando a noite dorme, o silêncio invade abruptamente as ruas, que se mostram à Lua a quem devem adorar.
A Lua, a Lua admira-as, admira cada recanto e parece teimar em seguir aqueles passos furtivos, gingões e atrevidos que não se querem fazer notar.
A noite dorme e a Lua acompanha-a, oferecendo-lhe Estrelas como companhia para a noite não chorar.
São como um sonho, que se repete todas a noites e que teima em ficar.
As Estrelas brilham, a Noite rejubila, dorme tranquila até a manhã chegar.

Momentos

A vida é feita de momentos, que temos de saber aproveitar.
São dádivas, são alentos, são tormentos que temos de passar.
Há momentos inesquecíveis, todos irrepetíveis e nenhum se deve perder!
São partes de nós, fragmentos da nossa vida, instantes passados não recuperáveis, partilhados e memoráveis!
São eles que nos movem, nos proporcionam recordações, nos impelem a agir... mas mesmo para viver um momento, tem de ser O momento certo!

Voar

Ter asas é perder o medo, de voltar para um segredo, que é perder-mo-nos dentro de nós.
Não sabemos a saída, não sabemos a entrada, apenas nos perdemos nesta noite avançada.
É a falar no horizonte, que a linha se define é perdido no achado que a noite se ilumina.
Não fazer sentido é por si só fazer, o que não se faz está feito alguém o irá fazer!
Não há nada que se escreva, que não se possa dizer, tudo o que se diz não se escreve nem de perto se irá dizer.
E com isto vos deixo sem mais nada para fazer!

Primeiro Beijo - Rui Veloso

"Recebi o teu bilhete,
para ir ter ao jardim,
a tua caixa de segredos,
queres abri-la para mim.

E tu não vais fraquejar,
ninguém vai saber de nada
juro não me vou gabar
a minha boca é sagrada.

De estar mesmo atrás de ti,
ver-te da minha carteira,
sei de cor o teu cabelo,
sei o shampoo a que cheira.

Já não como, já não durmo,
e eu caia se te minto,
haverá gente informada,
se é amor isto que eu sinto.

Quero o meu primeiro beijo,
não quero ficar impune,
e dizer-te cara à cara,
muito mais é o que nos une,
qu'aquilo que nos separa.

Promete lá outro encontro,
foi tão fogaz que nem deu,
para ver como era o fogo,
que a tua boca prometeu.

Pensava que a tua língua,
sabia à flor do jasmim,
sabe a chicla de mentol,
e eu gosto dela assim!

Quero o meu primeiro beijo,
não quero ficar impune,
e dizer-te cara à cara,
muito mais e o que nos une,
qu'aquilo que nos separa!

Quero o meu primeiro beijo,
nãoquero ficar impune,
e dizer-te cara à cara,
muito mais e o que nos une,
qu'aquilo que nos separa!"

Autoria: Rui Veloso

Ao som da conversa do chapéu do lado!

Ao som da conversa do chapéu do lado, estendo a toalha na areia. Ouvem-se os ruídos das crianças ao longe a brincar nas ondas, a satisfação de um dia bem passado.
Deito-me e serro os olhos, apuro os pensamentos, que se perdem levados pelas conversas de quem sussurra em surdina os comentários de um dia atarefado.
Pena que os pensamentos não atravessem mares e oceanos, levados engarrafados até ao cristalino de quem não espera nenhuma mensagem. Mas pode ser que... sei lá... um dia lá cheguem.
Mas quando e se chegarem poderá ser tarde de mais.
Pena que os pensamentos, não possam ser adormecidos, pena que o que se pensa seja sempre pior do que é a realidade, mas a realidade pode desconhecer-se e os pensamentos estão sempre ali, que nem tormentos prontos a soltar-se!
É negro o dia soalheiro, contrastes berram por entre as ondas, o sol queima, mas não faz arder os sentimentos, o dia passa mas a dor não sai, agrava-se!
E o som da conversa do chapéu ao lado continua, alheia ao perder dos sentidos.
Levanto-me e vou até à água, a ver se adormeço os meus pensamentos, com o bater das horas no relógio da capela, a olhar para o infinito, com o horizonte da "cidade" como pano de fundo.
Agradeço a oportunidade, mas insatisfeita com a realidade de não ter quem eu quero para poder partilhar este sentimento.
Volto para junto do som da conversa do chapéu ao lado, a ver se o meu estado inebriado, me leva para qualquer lado...

*desconheço o autor da foto, mas fantástico trabalho!

Sentimentos

Sentimentos são ilusões, cordas roídas que atraiçoam quando menos se espera!
Saber que vai doer e no entanto não conseguir fugir, saber que se vai perder e no entanto não querer deixar de ter nem que seja por um momento!
Ver partir sem saber quando se volta a saber de quem parte, deixar voar, dar asas quando se quer prender, dói tanto!
Ficar... ficar perdido numa ilusão que não se sabe quando ou se se irá desvanecer, deixar adormecer mas teimar em manter acordado, gritar para dentro desejando que o grito chegue ao outro lado do oceano.
Suspirar, perdido num olhar que percorre o horizonte de quem não alcança mais que uns escassos metros!

Obrigada!

Uma vez mais me repito, ao dizer que há momentos que valem mais que mil palavras, há gestos que ultrapassam a razão do ser e nos mostram a empatia que há entre cada um de nós.
É certo e sabido que nem todos nos conseguem tocar e nem tudo é como gostaríamos que fosse, mas há momentos mágicos que nos fazem viver e nos ajudam a ultrapassar as mágoas de uma vida.

Obrigado pelo abraços, pelas palavras sinceras de compreensão e amizade, obrigada pelo carinho e também pelo despertar para a realidade mesmo quando nos parece que é mau! Isto é válido não para uma mas sim para várias pessoas, que me ajudam sempre que preciso e que têm um sorriso e uma palavra de alento para me dar. É aos meus amigos que agradeço pela força que me dão pelo conforto que me proporcionam pelo tempo que perdem comigo.

É bom ver que se preocupam connosco e que estão atentos aos nossos problemas e que estão ali para quando é preciso, o que não significa sempre, não significa a toda a hora, mas estão precisamente quando precisam de estar!

Há coisas que muito valem e que nem sempre sabemos agradecer e sei que sou das pessoas que menos sabe agradecer aquilo que fazem por mim, mas não é por mal é por ser assim, mas também sei que cá dentro o cantinho da gratidão transborda e que não se esquece de qualquer um dos gestos feitos!

Obrigada!

... Só ...

Olho o mar, percorro o paredão e vou de encontro à areia, aproximo-me e fico a ouvir as ondas a bater, mergulho no silêncio e calor da noite e Sesimbra serve-me de pano de fundo.
A neblina serve-me de cortina, para toldar as minhas ideias, que teimam em não querer sair, ou será que sou eu que as meto para dentro por saber que não gosto do que tenho de pensar?
Percorro a areia descalça e sinto o calor da noite, sento-me e contemplo a paisagem... perco-me em pensamentos... só... completamente só... mas parece que alguém adivinha a minha dor... e uma voz pergunta... "A passear sozinha?" às vezes sozinha também é bom respondo... mas para mim é algo que dói, é ferida aberta, é cortar as asas a um sonho, é sofrer...
Se outros percebem a minha dor porque é que quem devia perceber a ignora?
Só... perdida em mim na vã tentativa de me encontrar... será que me quero encontrar? ou será que prefiro deixar-me estar perdida?
Novamente o encontro com a dor... é estranho pensar no que já ali aconteceu e no que parece que poderia ter acontecido... mas será que podia? ou será que foram meras palavras?
Só... sinto-me tão só... sinto que não tenho com quem partilhar, que não tenho com quem estar... e estar ali sem quem eu quero não faz sentido... mas sei que não tenho asas suficientemente grandes para voar para tão longe... não agora... seria dar um passo maior do que a perna, seria esticar demasiado a corda e pior sei que nunca mo irá pedir e sei que me irá perder... e ficarei só... não por não ter gente junto a mim, mas porque dentro de mim há um vazio, sem nada, sem sentir, sem querer poder, porque sinto que aquilo que me poderia preencher vai fugir para longe de mim e dói pensar assim... que estou completamente só... vazia até de ideias... para sair daqui deste ponto... só... e só ficarei... até aprender a não sofrer... mas muitas lágrimas irei verter... até isso acontecer...

... Vaguear ...

Movo-me... percorro uma distância ouvindo os sons do mar, sinto o cheiro à maresia e perco-me no bater das ondas, lavam os meus sonhos, levam os meus pensamentos e eu esbato-me contra a areia.

Sinto-me... perdida numa ilusão sem rumo a tomar embora saiba o fim que vou ter, mas afasto os pensamentos do meu ser e esbato-me contra a areia.

Despeço-me... de algo que sei não existir mas que teimo em sentir que existe e esbato-me novamente na areia...

A areia, amiga que não dói, que de manto se trata, mas que de movediça se deveria tratar.

Não tem nexo pois não?

Chama-se paixão!

Gostos...

Livros... livros e livros!!!

Adoro livros, já não tenho espaço onde os colocar massss não deixo de tentar tê-los em vez de os ler emprestados!
São um amigo, um companheiro e estão sempre ali a aliciar-nos como uma janela fixa para o mundo, a mente, a imaginação!

Juvenis, de terror, tudoooooooooooooooo!!!

Momentos da Nossa Vida =)

A vida passa!
Parece que foi ontem... Que vestia pela primeira vez o traje =)
E hoje...

Mais uma caminhada concluída!

FELIZ 2009

Mais um ano que se findou e um novo que começa,
Mais um ritual que se cumpriu, o da despedida de um ano para abraçar o novo,
Mais uns desejos pedidos,
Mais uma tentativa de mudança,
Mais, mais MAIS!

Somar e multiplicar mas nunca subtrair (a não ser o peso) ou dividir (a não ser que se seja o beneficiado na divisão)! É tão podre a multidão, iludida por uma ilusão!

No entanto cá fica!




Mas não se esqueçam!

FELIZ 2009