02 outubro 2008

Eu, perdida em mim

É aqui que me encontro, é aqui que me sinto eu! É aqui que me revelo, que me transformo, que me transcendo que subo ao mais alto do meu ser e me perco em mim! É sentir o cheiro da noite, é sentir o som, é viver intensamente o barulho das luzes, e deixar-me voar nas ideias perdidas sem nexo que me acorrem à ilusão vivida de inebriado ser.
É aqui me me torno eu, que me sinto eu, que vivo intensamente as sensações, que se revelam na minha pele sentindo através de todos os sentidos!
Fecho os olhos e apuro a audição, ouvindo sons leves que me deixam perdida em mim, como se de labirinto me tratasse, sem saída à vista pois o objectivo é não sair.
Eu como pequeno ser na imensidão mundial, em concorrência com as árvores e ver a deslumbrante vista em que me vejo. Poder abrir os olhos e ver aqueles telhados que relembram histórias que avivam memórias que me fazem sonhar. Sonhar no que sou eu, no que eu gostaria de poder ser, somente podendo vir a ser na irrealidade! Mas ser eu.
Porque banimos o sonho da nossa vida? Quem diz que temos de nos subjugar aos sonhos de poder dos outros?
Eu, perdida na avenida uma vez mais num banco de jardim a despertar para os sentidos de ver o mundo a meus pés!
E sentir a noite a chegar, sentir o frio a pairar no ar e a abraçar a minha pele como quem chama por mim, mostrando-me a sua força, impelindo-me a agir. Mas teimosa deixo-me ficar perdida nos sentimentos tendo consciência do tempo perdida nas horas.
Porque queremos se podemos ter tudo sem nada possuir? Basta abrir os olhos e sentir!