23 setembro 2007

Pulitikices

.....Chamem-me nomes, chamem-me ignorante, mas há coisas que simplesmente não percebo!

.....Como cidadãos portugueses temos direito (que se torna um dever), a votar no partido ou candidato que para nós nos parece que irá ser o melhor na governação do país durante o seu mandato, de forma a tentar-mos progredir, a tentar-mos crescer. Refiro-me a qualquer eleição, quer para presidente de câmara, da república, quer apenas para uma aferição sobre uma opinião pública etc..
.....No entanto, qual é a primeira coisa que o português faz?
.....No dia das eleições marca um almoço em família, vai para a praia, tudo menos ter de passar no tédio da seca das urnas para colocar a sua intenção de voto!!! Ou seja, em vez de estar a lutar por um seu direito, desresponsabiliza-se e em vez de estar a cumprir o seu dever, desleixa-se.
.....Depois vem este mesmo português, queixar-se que o sistema de ensino está uma vergonha, que os miúdos, cada vez sabem menos, que há cada vez mais desinteresse escolar. Mas quando deveria ter votado, a praia foi muitíssimo mais apetecível…
.....Vem também queixar-se que é preciso primeiro morrer e depois ser atendido por um médico… porque há as intermináveis listas de espera seja para que consultas for… no entanto o que é que ele fez no dia das eleições? Pois claro, não foi às urnas!
.....Falo destes assim como de qualquer outro problema do nosso país… a situação do desemprego, bla bla bla, afinal é tanta coisa que o rol daria para estar aqui até ter barbas!
.....Depois há também aqueles que vão às urnas, e votam por votar, ou seja, no fundo até acham que nenhum dos “concorrentes” irá fazer o que prometeu, mas tem que se votar em alguém… Ou então o pensamento é: o que é que eu lá vou fazer se já sei que lhes vou dar o voto e depois ninguém faz o prometido?
.....E pergunto-me eu… Já pensaram em votar em branco ou em anular o voto????
.....Para quê?
.....Simples, se achar, numa grandeeee teoria de perseguição, que os votos em branco podem ser preenchidos por outrem… então anulo o meu voto. Ou seja, eu fui à urna votar, eu manifestei a minha intenção de voto, eu manifestei não estar de acordo com nenhuma das soluções apresentadas por qualquer um dos candidatos, eu exerci o meu direito / dever. Claro que apenas uma pessoa a anular o seu voto, poderão pensar que é algum engraçadinho ou alguém que não sabe ler. No entanto se toda uma Nação adoptar este comportamento, alguma significância estatística isto deverá ter!!!
.....Somos cerca de dez milhões de portugueses, se desses dez milhões assumirmos que seis estão em idade de voto, se todos forem votar e desses seis milhões cerca de quatro milhões anularem ou deixarem em branco o seu voto, isso seria uma verdadeira revolução pacífica à qual todos temos o direito de nos juntar.
.....Seria uma forma válida de demonstrar-mos como vai a nossa Nação, como somos conscientes e participativos. Seria um escândalo a nível internacional!
.....Chamem-me simplista, chamem-me ignorante… mas não percebo porque insistimos em não nos preocupar, em acatar, sem tentar lutar realmente pelos nossos direitos. Lutar conscientemente e pacificamente com as armas simplesmente burocráticas à nossa disposição.
.....Temos direito a viver, não apenas a sobreviver, temos direito a ter condições no entanto temos de saber lutar.
.....Tal discussão daria pano para mangas! Poderá ser vista de muitos prismas, mas enquanto não percebermos a profundidade da frase, se eu não gostar de mim quem gostará, não iremos progredir pois deixaremos que outros nos indiquem o caminho que segundo eles é o mais correcto, podendo não o ser.